CRIANÇA COM DIAGNÓSTICO – ABSURDAMENTE ERRADO – DE “MEIO AUTISTA”, AOS 11 ANOS, APRESENTAVA ATRASO NA LINGUAGEM E NÃO ESTAVA ALFABETIZADA.
Ultimamente estão comparecendo – na minha clínica de fonoaudiologia – pais desesperados porque médicos, totalmente despreparados para casos de atraso na linguagem da criança, já vão afirmando que a criança é autista ou uma loucura maior ainda, diagnosticam como “meio autista”.
Realizo alguns testes básicos, principalmente na área de informática, e percebo que as crianças dominam totalmente o contato com programas de computadores. Elas tem uma habilidade incrível para utilizar o celular e seus recursos, – como por exemplo mexer em fotos, internet, Skype, etc. Outro teste que realizo, é o contato desta criança com seus familiares. Elas ficam atentas, respondem quando são chamadas pelo nome, são carinhosas e se interessam mais por sistemas audiovisuais do que por escrita em cadernos.
Imagine os pais receberem essa afirmação falsa, de que o filho é autista e que terão que pensar em uma conduta diferente de uma criança normal, colocando um batalhão de profissionais especializados para desenvolver o aprendizado e a comunicação dele? Além de colocar em colégios dirigidos para estas crianças com grandes dificuldades no desenvolvimento escolar, é um choque enorme e desnecessário.
Vou relatar um caso recente (2013) de um menino com 11 anos que apresentava a fala bem restrita e com uma linguagem mínima e com a voz infantilizada. Por exemplo, ele falava, água copo e também apresentava uma dificuldade em se alimentar corretamente. O diagnóstico médico, como sempre, é que ele era meio autista.
Na primeira consulta já percebi que ele adorava fuçar o computador com muita segurança, além de montar o LEGO com uma perfeição incrível, ele construía uma casa com todos os itens: portas, cadeiras , camas e janelas. Já de cara, não concordei com o diagnóstico de meio autista, percebi que era mais uma falta de estímulo e fatores emocionais, como por exemplo a separação dos pais quando a mãe estava grávida dele. Ele tem irmãos, mas fica complicado os familiares tratarem ele como uma criança normal com este diagnóstico furado de meio autista, todos se comportavam de uma forma diferente, não exigindo muita coisa dele, inclusive na fala e na escrita e até na parte comportamental, ele ficava isolado, atrás da cortina, as vezes atrás da cama, mas tudo pela dificuldade de comunicação.
A minha criatividade mais uma vez falou mais alto, cheguei a conclusão que seria mais um que iria morar na minha casa em Copacabana no Rio de Janeiro e conviver com a minha família. A primeira atitude que tomei, é que nenhum elemento da minha família entregasse algo para ele caso ele não se esforçasse a falar a frase completa. Por exemplo, quando ele estava com sede e pedia “água copo”, eu repetia com ele varias vezes, eu quero beber água no copo. Lógico que no inicio ele ficou um pouco arredio, mas como eu e a minha esposa já criamos 7 filhos na pressão, com independência e responsabilidade, este seria o nono filho que criaríamos, porque o oitavo foi o garoto Méurcio, de Angola. (Mais um caso de sucesso de cura no atraso da linguagem infantil.
Um item muito importante é que este menino aos 11 anos dormia na cama com a sua mãe. Já desde o primeiro dia, informei que iria dormir num quarto sozinho, e que quando ele quisesse comer algo, a cozinha ficava no andar de baixo. Impressionante como ele agia tranquilamente, procurávamos dar uma atenção constante para ele não ficar isolado, que era uma tendência no seu ambiente familiar, devido as pessoas estarem muito ocupadas com estudo e trabalho.
Para vocês terem uma noção do que é tornar uma criança atenta e ligada nos nossos ensinamentos, no fim de semana levava ele para todos os lugares que frequentávamos, festas, almoços familiares, até viagens.
Outro sistema que funcionou muito bem, foi eu deixar ele participar das aulas de oratória e argumentação do meu curso, convivendo com adolescentes e adultos. Também estimulava muito a sua criatividade com a informática e com o Lego, onde ele montava coisa fantásticas. Um dia ele fez um posto de gasolina, com rampas, bombas, etc, todos ficaram impressionados com a sua habilidade. Aos poucos ele já estava formando frases completas e até os meus próprios alunos do curso de oratória ficavam impressionados com a melhora acentuada a curto prazo da sua fala. Também alterei o seu tom vocal, buscando uma voz mais grave, compatível com a sua idade. A brincadeira era: “TUDO BEM?” Ele ficava repetindo para todo mundo esta pergunta com a voz bem grave.
Mais uma loucura minha, convidei a sua mãe, o seu pai e os 4 irmãos para passarem um fim de semana na minha casa com a finalidade dele ter um contato maior e matar a saudades da família. É muito importante frisar que constantemente ele acionava a mãe e os irmãos no Skype sozinho.
Quando os familiares almoçaram com ele na minha casa , ele ficava repetindo: “A COMIDA AQUI É MUITO BOA”, eu não entendia muito bem porque ele falava isso o tempo todo, na minha casa todos estão de dieta constante, é servido mais saladas, arroz integral e frango. Depois a mãe comentou que realmente não levava jeito para cozinhar. Era impressionante como ele comia 4 vezes por dia, as vezes almoçava com os meus filhos e mais tarde comigo de novo.
Orientei os seus familiares para ele retornasse para São Paulo, pois a primeira etapa da comunicação oral já havia sido vencida, agora ele teria que ter atividades escolares, principalmente na alfabetização e também outras atividade, esporte, musica, pintura, etc. Este processo é muito importante eu citar devido a criação que dei para os meus filhos, lembro-me que a minha esposa possuía um caderno com 51 contas para pagar de atividades esportivas e culturais dos nossos 7 filhos,extra colégio, quando nós percebíamos que eles gostavam de alguma atividade, como música, pintura esportes,idiomas, imediatamente colocávamos eles na atividade.O meu segundo filho o Breno tem uma banda muito conhecida, os parabrisas, anteriormente era os parabrisas do fracasso, para competir com os Paralamas do Sucesso. Ele desde pequeno já apresentava uma tendência bem forte para música, desde cedo colocamos ele para estudar música, hoje ele é o tecladista e diretor musical da Banda Os Parabrisas.
Quando esta criança voltou para o seu habitat em São Paulo a primeira atitude que tomei foi ter contato com a escola que frequentava para avaliar se o método de ensino seria interessante para o seu progresso escolar, indaguei para a dirigente da área de ensino uma psicopedagoga qual eram os caso mais comuns de crianças com problemas de aprendizado, ela citou que alguns tinham síndrome de dawn e outros eram autistas e alguns tinham muita dificuldade no aprendizado, comentei que o ideal seria ele frequentar uma escola comum.
o que me emocionou muito foi que todos que conviviam com este menino, parentes , professores, ficaram perplexos com sua melhora na comunicação oral, num prazo médio de 2 meses, tempo que ele ficou morando com a minha família, o mais interessante ainda é que a psicopedagoga que dirige o colégio ficou abismada com a lógica da sua comunicação, que antes não ocorria, hoje ele fala as frases no momento correto, e ficou me indagando que método eu utilizei, eu respondi o método que aprendi com a minha avó, cobrança, responsabilidade, evitar o mimo excessivo, não deixar a criança ditar as ordens e utilizar os recursos mais avançados da informática e da eletrônica, sempre filmo os atendimentos em vídeo, utilizo microfone, caixa de som. Para vocês terem a noção de responsabilidade que exijo da criança ou do adolescente, este menino que estou citando neste texto, ensinei para ele filmar as aulas de oratória, com isso estimulando uma responsabilidade e um dom até comercial. Os meus 4 filhos homens que hoje são empreendedores na área de festas e eventos, iniciaram a carreira filmando os meus alunos e cobrando para editar as fitas, isso a partir dos 13 anos.
Hoje eu e a minha filha Elka, que também é fonoaudióloga, prosseguimos com os atendimentos online com imagem e som no SKYPE, aliás os pais as vezes bloqueiam esta forma de atendimento e atrapalham muito na evolução do tratamento, quando realizo este sistema a quantidade de atendimento semanal é maior, quase que diariamente.
As filiais são no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, mas como citei neste texto, realizo atendimentos online via internet , sem deslocamentos para qualquer canto do mundo, possuo pacientes em vários países, Estados Unidos, Japão, Portugal, Canadá, França, Israel, e varias cidades do Brasil. Como vocês perceberam é muito importante não aceitar diagnósticos absurdos de profissionais que não convivem com os pacientes , e ficam julgando só por atitudes que ocorrem no famigerado atendimento dos planos de saúde que levam no máximo 15 minutos. A minha consulta leva em média 90 minutos.
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