Baixa Auditiva e Distúrbios da Fala

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Para os casos em que a criança tem uma grande baixa auditiva ou uma surdez total, desenvolvi um sistema superestimulante visando a obter resultados de melhora na fala a curto prazo.

Método

O sistema consiste em uma filmagem da criança durante todas as suas atividades diárias (comer, tomar banho, brincar, ir à escola, etc.). Em seguida, monto uma gravação em que apareço apresentando para a criança suas próprias imagens e pedindo-lhe que repita o que estou falando, forçando ao máximo possível sua articulação fonética. Além disso, acoplo a vibração da minha voz à caixa de som para a criança encostar a palma da mão e sentí-la. Depois, oriento-a para que encoste sua mão na garganta e sinta a vibração de sua própria voz junto à minha.

Esse sistema é fantástico. O o paciente altera rapidamente a colocação de sua voz, eliminando aquela sensação de falsete e conseguindo falar normalmente sem a utilização da linguagem gestual dos surdos-mudos.

Já existem equipamentos que transmitem o sistema de “Closed Captioning”, pelo qual os aparelhos de TV transmitem em legendas o que está sendo falado. O uso de computadores é também muito bom para facilitar a comunicação entre surdos.

Essa história de que o surdo tem que ser obrigatoriamente mudo “já era”. Para a pessoa ficar totalmente muda, só com a retirada total da laringe – o que é comum em casos de câncer e de danos nos nervos recorrentes que comandam as cordas vocais, decorrentes, sobretudo, das operações de tireóide por “barbeiragem” médica ou por lesões neurológicas muito profundas. Então, como vocês estão vendo, não há motivo para que uma pessoa surda não deva falar.

Existem vários casos em meu arquivo de vídeo de pacientes que eram surdos e que consegui fazê-los falar através dos métodos que empreguei.

Os Chips

A medicina já está conseguindo, através da Engenharia Eletrónica, desenvolver “Chips” que vão substituir o nervo auditivo a desenvolver a audição às pessoas. Um caso muito bonito é o de Claudja, que até os dois anos de idade falava normalmente e teve uma menigite muito forte, que fez os médicos darem um diagnóstico sombrio: ela estava desenganada. Mas ela se recuperou, e os famigerados antibióticos lesionaram totalmente seu nervo auditivo, e ela perdeu a fala. Sua mãe teve um papel muito importante na sua recuperação, pois Nadja – esse era o nome da mãe – nunca aceitou que a filha passasse a se comunicar pela linguagem gestual (Libra).

Durante nove anos, Claudja tentou várias terapias tradicionais sem sucesso e ficando com a fala muito embolada. O primeiro sistema que utilizei foi gravar uma fita com minha imagem em “close” dando frases e palavras e pedindo que ela colocasse a mão na caixa de som para sentir a vibração da minha voz. Outro sistema foi filmar a sua imagem, mostrando-lhe os erros que ela estava cometendo em vários fonemas e mantendo sempre a mão na caixa de som para captar a vibração da sua própria voz. Na sua festa de 15 anos, ela leu o texto do cerimonial, agradecendo a todos os profissionais que auxiliaram na sua recuperação. Fiquei muito emocionado quando ela citou meu nome.

Claudja fez uma cirurgia em São Paulo, e recuperou a audição de um ouvido. Ficou assustada com a poluição sonora em que nós vivemos.

Autor

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Simon Wajntraub

Fonoaudiólogo e Professor de Oratória com mais de 50 de experiência. Idealizador dos Métodos "Porradaterapia" e "Argumentação sob pressão".

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